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Este dia, aquele Dia

“Há dois dias no meu calendário: Este dia e aquele Dia”. Estas palavras de Lutero são coerentes com o Novo Testamento. Jesus disse: “não vos inquieteis com o dia de amanhã, pois o amanhã trará os seus cuidados; basta ao dia o seu próprio mal”. Isso quer dizer viver um dia de cada vez sem nos deixar inquietar pelo dia de amanhã que ainda não existe e poderá nem existir para nós. Noutro lugar lemos que o prosseguimento da vida cristã implica em esquecer das coisas que para trás ficam, viver o presente, e avançar na dependência de Deus. Viver bem um dia de cada vez parece ser a maneira mais sábia de viver nesse mundo conturbado.

Portanto, este é  o único dia que tenho para viver para Deus, para mim mesmo, e para o meu próximo. Sabendo disso, não temos outra declaração melhor a fazer, senão a mesma que fez o salmista: "Este é o dia que o SENHOR fez; regozijemo-nos e alegremo-nos nele". Este é o único dia que temos para amar, perdoar, abraçar, sorrir, servir, encorajar, animar, enfim, fazer tudo com amor. Por que esperar, o que esperar, se hoje é o dia que vivemos!? Aliás, é o único dia que vivemos de fato.

Este dia tem tudo a ver com o Dia que se aproxima, com o Dia eterno, o dia onde viveremos em plena luz. "Vede que grande amor nos tem concedido o Pai, a ponto de sermos chamados filhos de Deus; e, de fato, somos filhos de Deus. Por essa razão, o mundo não nos conhece, porquanto não o conheceu a ele mesmo. Amados, agora, somos filhos de Deus, e ainda não se manifestou o que haveremos de ser. Sabemos que, quando ele se manifestar, seremos semelhantes a ele, porque haveremos de vê-lo como ele é. E a si mesmo se purifica todo o que nele tem esta esperança, assim como ele é puro".

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