Hoje completam-se 35 anos de meu encontro consciente com o Evangelho da graça de Deus; digo consciente porque na verdade vivo por sua graça desde sempre, "pois nele vivemos, e nos movemos, e existimos". "Que darei ao Senhor por todos os seus benefícios para comigo?" A única coisa que posso fazer é tomar cada dia o cálice da salvação e invocar o seu nome sobre mim. Data especial de boas e gratas lembranças ao Deus que espera para ter misericórdia de mim, e se detém, para se compadecer de mim. Este é o caminho sobremodo excelente, este é o caminho da salvação - Jesus, meu Senhor e meu eterno Salvador.
Nestes anos todos nem tudo foram flores. O Senhor também me deu "pão de angústia e água de aflição". Mas ele é sempre bom, inclusive por me deixar passar por dias difíceis e experiências desagradáveis. Nesta longa caminhada nunca deixei de ouvir a sua voz quando me desviava para a direita e quando me desviava para a esquerda; os meus ouvidos sempre ouviram atrás de mim uma palavra, dizendo: "Este é o caminho, andai por ele".
Este é o caminho que encontrei há 35 anos, mais precisamente no dia 9 de julho de 1978. Este caminho não é uma filosofia, uma doutrina, uma confissão de fé, uma lista de deveres, um ritual, uma liturgia, uma crença, uma religião. Este caminho é uma pessoa, esta pessoa é Jesus. Recebi Cristo Jesus, o Senhor, e passei a andar nesse caminho desde então, nele radicado, e edificado, e confirmado na fé, tal como fui instruído, e assim cresci em ações de graças.
Jesus disse: "Eu sou o caminho, e a verdade, e a vida: ninguém vem ao Pai senão por mim". Nesse caminho tenho andado por todos esses anos, seguro da verdade e usufruindo a vida que ele me dá. Conhecer Jesus é de fato "o mais fascinante projeto de vida". Ele é o bom pastor que deu a vida por mim; nele estão ocultos todos os tesouros da sabedoria e do conhecimento; nele, habita, corporalmente, toda a plenitude da Divindade. Nele estou aperfeiçoado porque ele perdoou todos os meus delitos; descanso nele, aprendo dele e com ele que é manso e humilde de coração. Estou feliz jungido nele porque o seu jugo é suave e o seu fardo é leve. A minha suficiência vem dele que é por mim deixando-me livre de toda condenação. Amá-lo torna seus mandamentos leves e possíveis. "Quem mais tenho eu no céu? Não há outro em quem eu me compraza na terra".
Hoje, com cinquenta e um anos, vivo a plenitude dos meus dias. Ter rompido com a "igreja" instituição há três anos foi um passo de alforria, porque a "igreja" torna você um escravo feliz. Você pensa que está servindo a Deus quando na verdade está servindo aos homens, ao sistema religioso e a si mesmo. Quando você chega na porta da "igreja" ouve que a vida com Deus é pela fé, mas quando você entra aprende que para ser aceito e abençoado por Deus você tem que fazer por merecer, vivendo de desempenho para agradar a Deus, contrariando completamente o que diz a Bíblia. O grande problema da "igreja evangélica" é o evangelho de Jesus. É isso mesmo. Quem está falando isso é alguém que viveu naquele meio por mais de três décadas. A serpente (o diabo), corrompeu a "igreja" e ela se apartou da simplicidade e pureza devidas a Cristo.
A minha fé não mudou, o que mudou foi meu ambiente relacional, fraternal e "ministerial", como aconteceu com John Wesley. Quando não mais foi aceito na "igreja" instituição ele disse: "Minha paróquia é o mundo". Assim me vejo, assim me sinto, cidadão do mundo, tão somente orando com Jesus ao Pai para que me livre do mal. Minha vida familiar melhorou, minha saúde melhorou, meus relacionamentos melhoraram. Vivo pela fé suprido pelo Deus que me tem abençoado em Cristo com toda sorte de bênção espiritual. O seu favor sobre mim é notório e inquestionável.
"Mas o que, para mim, era lucro, isto considerei perda por causa de Cristo. Sim, deveras considero tudo como perda, por causa da sublimidade do conhecimento de Cristo Jesus, meu Senhor; por amor do qual perdi todas as coisas e as considero como refugo, para ganhar a Cristo e ser achado nele, não tendo justiça própria, que procede de lei, senão a que é mediante a fé em Cristo, a justiça que procede de Deus, baseada na fé; para o conhecer, e o poder da sua ressurreição, e a comunhão dos seus sofrimentos, conformando-me com ele na sua morte; para, de algum modo, alcançar a ressurreição dentre os mortos. Não que eu o tenha já recebido ou tenha já obtido a perfeição; mas prossigo para conquistar aquilo para o que também fui conquistado por Cristo Jesus" (Fp 3.7-12). No Caminho... Veja também 34 anos depois.
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