Para Rosa Graciela.
Maria era uma moça virgem ainda adolescente quando o anjo Gabriel lhe apareceu, dizendo: “Alegra-te, muito favorecida! O Senhor é contigo”. Ao ouvir essa saudação, ela perturbou-se muito e procurava entender o sentido daquelas palavras. O anjo disse que ela não devia temer porque Deus tinha decido abençoá-la. Ela ficaria grávida e daria à luz um filho que se chamaria Jesus. O menino seria chamado Filho do Altíssimo Deus e ele reinaria para sempre. Maria não entendeu aquilo porque ela era uma virgem. O anjo disse que o Espírito Santo desceria sobre ela e o poder do Altíssimo a envolveria e ela ficaria grávida. Por isso, também é que o menino seria chamado Filho de Deus. Maria continuava não entendendo bem o que estava acontecendo, mas disse ao anjo: “Aqui está a serva do Senhor; que se cumpra em mim conforme a tua palavra”.
A atitude de Maria mostra o exemplo de uma pessoa completamente entregue à vontade de Deus. Ela se rendeu totalmente se entregando ao que Deus havia lhe falado pelo anjo. Ela correu sérios riscos ao aceitar aquela condição de ficar grávida do Espírito Santo, algo nunca antes conhecido. Maria morava numa pequena cidade chamada Nazaré e certamente seria o alvo da atenção de todos ao aparecer em público grávida antes de casar com José. Isso bastava para que ela recebesse todas as censuras possíveis, pior ainda quando dissesse que o pai da criança era o Espírito Santo. Mas ela assim fez, mostrando com isso ser de fato uma serva do Senhor. Ela submeteu sua vontade à vontade de Deus e arcou com as implicações dessa decisão.
Mas, cerca de trinta e poucos anos depois, Maria parece não ter entendido a missão de seu filho. Aliás, a família toda não aceitava aquele parente tão diferenciado, pois os próprios irmãos de Jesus não criam nele. Talvez a atitude dos vizinhos até tenham influenciado negativamente aos familiares de Jesus, porque logo que ele começou seu ministério público, aqueles que lhe viram crescer, disseram: “Não é este o carpinteiro, filho de Maria, irmão de Tiago, José, Judas e Simão? E não vivem aqui entre nós suas irmãs? E escandalizavam-se nele”. Quando a multidão afluiu para ele, seus parentes saíram para prendê-lo; porque diziam: Está fora de si.
Noutra ocasião, quando Jesus falava ao povo, sua mãe e seus irmãos estavam do lado de fora, procurando falar com ele. Alguém foi até onde Jesus se encontrava e falou que seus parentes estavam do lado de fora e queriam vê-lo. Então ele falou ao que lhe trouxera o recado: “Quem é minha mãe e quem são meus irmãos? E, estendendo a mão para os discípulos, disse: Eis minha mãe e meus irmãos. Porque qualquer que fizer a vontade de meu Pai celeste, esse é meu irmão, irmã e mãe”.
Aqui Jesus revela um nível de relação com ele que vai além do familiar. Até mesmo sua mãe, que o gerara, que num ato de fé e total rendição a Deus por ocasião do anúncio do anjo, agora se mantinha distante e não manteve aquela intimidade inicial com o Espírito do Senhor. Jesus mostra que sua família é feita daqueles que fazem a vontade de seu Pai celeste. Isso quer dizer que Jesus quer ser gerado todo dia em nós, e sempre que ele encontra um ventre disponível, ele nasce ali e sua família continua crescendo. A única maneira de ser parente de Jesus é fazendo a vontade do Pai.
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